jun 8 2010

14ª Parada Gay atravessa a Paulista com tema político

Category: Festas & EventosNathaliaGomes @ 10:58

Texto: Graciela Zabotto (gracielazabotto@gmail.com)
Fotos: Nathália Gomes (nathaliagomes@baladacerta.com.br)

Em ano eleitoral, a Parada Gay buscou alertar os eleitores sobre a necessidade de votar contra a homofobia

No último dia 6, a Avenida Paulista, um dos cartões postais de São Paulo, foi tomada pela 14ª Parada GLBT a favor da igualdade, direito e democracia, principal assunto deste ano.

Na voz dos milhares de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais a frase tema da parada: “Vote contra a homofobia. Defenda a cidadania”. O objetivo era conscientizar os eleitores a votarem em candidatos que possam lutar a favor dos direitos do grupo GLBTT.

Para Nathália Santos, que pela 3ª vez acompanha a Parada, o tema é importante para conscientização do voto. “O tema é importante para tentar conscientizar a população da importância do seu voto. Já que a época é de eleição, nada mais justo do que cobrar pelos nossos direitos. Os GLBTs precisam de gente que abrace a causa e defenda o respeito e igualdade de direitos”, comentou.

Durante a coletiva de imprensa realizada antes do início da passeata, o Governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, discursou sobre o significado do evento relembrando os tempos da ditadura: “A Parada Gay é a defesa do conceito de democracia que tantos lutamos no país, diferente da época de 70, onde a ditadura foi mais pesada”.

A expectativa para esse ano era atingir o mesmo número de participantes que o ano passado, 3,1 milhões pessoas, marca que foi ultrapassada facilmente, com quase 3,5 milhões, dentre elas, casais héteros e famílias com crianças. “Se os héteros também acompanham a passeata é sinal de que estão aceitando o homossexual na sociedade”, comentou Alexandre Santos, presidente da Associação GLBTT de São Paulo. Além da diversidade de publico, os famosos também marcaram presença, entre eles os ex-BBBs Sérginho e Dicésar, que desfilou como Dimmy Kieer e declarou: “Precisamos ter respeito, não podemos viver em guetos porque não respeitam os gays”.

Dia Nacional de Combate à Homofobia

Durante a coletiva de Imprensa, foi lembrado o Decreto de 4 de Junho de 2010, que institui por Lei Federal o dia 17 de maio como o Dia Nacional de Combate à Homofobia. “ 17 de maio foi o dia que deixamos oficialmente de ser considerados doentes mentais por amar nosso semelhante”, afirma Alexandre, que completou seu discurso falando que a busca pelo respeito continua: “Hoje a bandeira do arco-íris está pálida”, compara Alexandre ao lembrar-se das 198 pessoas que morreram em 2009, mortas por preconceito contra sua opção sexual e que foram homenageadas no último trio elétrico.

Na visão do jornalista e escritor Jean Wyllys, a aceitação ou não da Lei contra a homofobia depende de como é conduzida. “A Lei contra a homofobia não deve apenas punir, mas também deve ser pedagógica, visando o efeito à longo prazo, a igualdade e o respeito, fazendo com que as pessoas aceitem os homossexuais pelo o que são, pelo caráter e honestidade”, opina.

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